sábado, 10 de novembro de 2012

Garcias!



Na volta de Caxambu, resolvemos passar em algumas cachoeiras, dentre elas a Fabulosa e Desafiante Cachoeira dos Garcias que fica em Aiuruoca...Chegar à ela é um desafio do início ao fim, pelo fato de a estrada que leva a ela é completamente problemática: super íngrime, cheia de buracos que eram verdadeiras trincheiras! Calçamento, estrada de terra; resumindo, local pra um 4x4. Mesmo assim, o Renzo, com seu Renault Sandero 1.0, o Possante! Resolve praticamente “escalar” esse trajeto para chegar à essa cachoeira. Digo escalar porque ele teve de andar quilômetros na primeira marcha, só pra vocês terem uma idéia de como ir para lá é 90° graus!  Mas o que eu tenho pra dizer disso? Incrível o que quem consegue chegar lá, aproveita e vê! Paisagens maravilhosas e a Cachoeira dos Garcias é algo realmente diferente. Após a “escalada”, você tem de andar uns 2,5km de descida numa estrada que também é só pra 4x4 e pegar uma pequena trilha que já é bem mais íngrime. Em compensação, lá está ela: Garcias! A Cachoeira é enorme e belíssima!!! 



Possui uma queda de uns 7 metros e, em seu entorno, há uma densa Mata Atlântica! A sensação é estar adentrando em uma selva fechada que te conduz exatamente para a Cachoeira! Essa cachoeira foi a água mais fria de cachoeiras que eu já entrei! E olha que nesse dia, antes da Garcias, já havíamos entrado em mais 2, que nem de longe fazem pressão na dos Garcias! Também a Cachoeira tinha de ser fria, afinal, cachoeira, dentro de uma mata fechada , em um local bastante íngrime, quase na altura do próprio Pico do Papagaio e , ainda, já era quase 16hs! Em um dia nublado. Mas a verdade é que não havia condições de não entrar naquela água, extremamente transparente num ambiente que foi o melhor em que já estive em termos de Cachoeiras! Sem dúvida, quem tiver um 4x4 ou coragem ou sorte para chegar até ela, recomendo completamente!    

Nesse passeio duas coisas curiosas, pra não dizer , trágicas, aconteceram. A primeira, que após pararmos no meio do caminho para chegar à cachoeira, para tirar fotos, vamos entrar no carro que estava na beirada de uma valeta feita por enxurrada, e no um segundo que vou segurar na porta para me equilibrar e entrar, Kellynha fecha a porta na minha mão sem ver...é, sinceramente, impressionante né!? Naqueles poucos segundos até crer que minha mão estava ali, fechada na porta! Só me preocupei em conferir se todos os dedos estavam inteiros e , estavam! Pelo visto os engenheiros fazem as portas com ergonomia específica para o caso de se uma mão com todos os dedos forem fechadas ali, ainda assim não aja necessidade de aposentadoria forçada! Na verdade, todos os dedos, entende-se: anular! Mas não houve problema, após algumas lágrimas pude congelá-lo nas lindas águas dos Garcias! E funcionou! O dedo ficou na ativa novamente!


A Segunda, andando pelos 2,5km íngremes de volta, eu que não estou lá com um condicionamento físico de atleta, resolvo voltar no “meu passo”, aproveitando da paisagem, tirando fotos, sentindo o vento e tudo o mais e, por isso, não me importei em ficar para trás. Mas, no percurso, depois desse “momento com a natureza”, o sol já se pondo; resolvo olhar para o chão e , o que vejo? Uma marca de uma pata enorme afofada na terra fina. Creia-me! Nesse momento não tive como não pensar em coisa “ruim”, ou melhor, em um bicho que, com certeza era enorme, e, que era mais adaptado do que eu naquele lugar. Além de provavelmente mais faminto! Vou assumir, imaginei que podia ser uma onça( mata fechada, reserva natural e todo o resto)  e , pra variar, que já podia estar “na área” observando o outro animal aqui, que , no caso, estava mais pra “oferenda” do que tudo! Enquanto eu estava me sentindo no Serengeti Africano sendo observada por leões e afins, o sol estava lá , morno e se pondo. Ainda, enquanto eu me esforçava para apressar os passos na subida, escutava repetidamente o pio de um pássaro que me fez pensar, quase comprovar, que aquilo tudo ali era um complô da natureza! Parecia nitidamente que esse dito animal estava ali, assistindo tudo de camarote e visão privilegiada, haja vista que estava voando; a cena na qual eu iria me dar muito mal, se fosse uma onça ou jaguatirica, enfim; ou, que, até, o dito animal podia estar ali mandando um código , que só os animais entendem; para avisar ao predador em questão que: “ é , pode vim porque é garantia de sucesso”.....
Todo esse contexto , bem resumido, ilustra o que foram minutos íngremes completamente tensos e nem um pouco românticos mais. Afinal, parei de tirar fotos e perna pra quem tem, né? E pernas era o que eu queria continuar a ter!
Superado esse momento de não saber o que iria ser , porque temos o costume de achar que coisas estranhas ou ruins só ocorrem com os outros ; ou , no caso da presença do tal animal: “se eu era o que ele teria pra hoje”; cheguei até meus amigos, Renzo e Kelly, que já tinham chegado há uns 15 minutos. E voltamos para a Pousada sãos e salvos, no meu caso.
Ainda em Aiuruoca, pudemos ver alguns Arco-íris Fantásticos! Além do belo céu estrelado! 


Nenhum comentário:

Postar um comentário